por Geise Santiago/Giovanna G.
O filme Columbus (2017), dirigido por Kogonada, é uma contar fina que combina reflexões sobre a vida, relacionamento familiar e até urbanismo de uma cidade. A história acompanha Jin (John Cho) e Casey (Haley Lu Richardson), personagens cujos destinos são controlados pelos sonhos dos pais e pelas responsabilidades que acabe se tornando o padrão para as suas escolhas. A cidade de Columbus, com suas construções modernas e um pouco impessoais, é quase um personagem por si só, refletindo as complexas emoções e dilemas dos protagonistas.
Jin é um homem que, embora tenha uma carreira sólida, sente que sua vida está presa ao dever de cuidar de seu pai, um arquiteto famoso que está em coma. Ele se vê em uma encruzilhada: deveria seguir seus próprios sonhos ou continuar a cumprir uma obrigação que nunca escolheu? O relacionamento com seu pai é distante e marcado por uma pressão silenciosa, onde ele sente que precisa carregar o peso de um legado que não pediu, o que acaba paralisando suas decisões
Casey, por sua vez, também tem suas próprias batalhas. Ela sonha em ser arquiteta, mas está presa a uma responsabilidade com sua mãe, que enfrenta problemas de saúde. A pressão não vem diretamente da mãe, mas da sensação de que é ela quem deve cuidar de tudo. Essa obrigação acaba a fazendo adiar seus próprios sonhos e sentir que não pode seguir seus desejos sem deixar a mãe para trás. Ela está presa em uma rotina de cuidados, e sua vida parece estar sendo moldada mais por uma responsabilidade do que por escolha própria.

A cidade de Columbus, com suas arquiteturas imponentes e, ao mesmo tempo, frias, acaba se tornando um reflexo perfeito dos sentimentos de Jin e Casey. Como as construções, suas vidas são bem estruturadas, mas faltam aquele toque pessoal, aquele calor humano. Ambos estão tentando seguir caminhos que parecem estar definidos por algo ou alguém, sem se dar o luxo de questionar ou mudar a direção. No fundo, eles sentem que estão vivendo para satisfazer as expectativas de outros, em vez de buscar o que realmente querem.
No final, Columbus nos leva a refletir sobre o impacto das expectativas familiares nas nossas escolhas. Jin e Casey passam por uma jornada de autodescoberta, aprendendo que, para viver de forma autêntica, é necessário se libertar dos padrões impostos pelos outros. Embora o filme não ofereça respostas fáceis, ele nos lembra que nossas escolhas devem, em última instância, ser nossas — e que, às vezes, é preciso romper com as expectativas para seguir o que realmente nos faz feliz.